quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Aumenta o risco de sinusite em Brasíia

A constatação faz médicos reforçarem precauções para ninguém ter a saúde comprometida

A assessora parlamentar Alexandra Monte, 29 anos, sente, a cada ano, os efeitos da seca. A brasiliense faz exercícios físicos toda semana e gosta de andar de skate no Parque da Cidade. Ela conta que nesta época do ano sofre mais com os problemas respiratórios. “Tenho rinite e sinusite e com essa poeira da seca piora muito. Utilizo o umidificador em casa para aliviar o problema, mas na rua não tem jeito. Temos que encarar o calor e beber muito líquido”, diz a skatista. Além de pele ressecada, lábios secos, crises alérgicas e muita sede são alguns dos sintomas que surgem nesse período.

Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), foi registrado em junho o menor índice de umidade relativa do ar deste ano: 15%. Dado recorde em relação a julho do ano passado, quando a umidade chegou a 18%. As temperaturas também saíram das médias programadas pelo Inmet. Enquanto a temperatura máxima esperada era por volta de 28º, o registrado foi de cerca de 30º. Já a mínima, que deveria ser em torno de 16º, acabou sendo de 14º. De acordo com o Corpo de Bombeiros, foram registrados, em julho,717 focos de incêndio na cidade devido à seca — número inferior ao mesmo período do ano passado, quando se verificaram cerca de 850 ocorrências de incêndio.

Neste período do ano, as pessoas que residem ou que passam pela cidade sentem a diferença em relação ao clima, caracterizado pelos dias muito secos e as noites mais frias. Guilherme Mirreay, 29 anos, corre duas vezes por semana no Parque da Cidade e procura se proteger dos efeitos da seca e do sol. “Esse ano está bem seco. Estou sentindo o ar seco e a poeira enquanto respiro. Procuro me proteger ao máximo do sol usando boné e óculos escuros. Além disso, bebo bastante água e uso protetor solar, senão a pele não aguenta”, conta, enquanto aproveita a pausa da corrida para beber água.

Natasha, amiga da skatista Alexandra, incentivou a prática do esporte. Elas começaram a se exercitar ontem no parque. “Quero andar sempre aqui, tomara que o tempo ajude. O calor e a seca atrapalham, mas os brasilienses não têm muita opção. Não podemos parar de fazer tudo por conta do clima”, disse, enquanto exibia o seu novo skate com design moderno e com uma bandeira do Brasil adesivada.

Muitos atletas e pessoas que praticam algum tipo de esporte ou exercício físico no parque procuram se refrescar enquanto estão no local, hidratando-se com água nos bebedouros espalhados pelo local ou até mesmo tomando uma ducha no chuveiro perto do quiosque dos atletas.

Cuidados básicos
A médica Marta Guidacci, coordenadora do Programa de Asma do DF, faz um alerta para quem quiser sofrer menos durante a seca: “É recomendável ingerir bastante líquido, como água e sucos naturais, o que não inclui o uso de bebidas alcoólicas e gasosas. Também é importante evitar fast-foods, ou seja, deve-se ingerir alimentos mais saudáveis, como frutas e legumes”.

Mesmo durante um simples banho, é preciso ter cuidado com a pele. Segundo a doutora, a temperatura da água deve variar de morna para fria. “Evitar também o uso excessivo do sabonete, pois geralmente eles tiram a oleosidade da pele, e abusar de protetores solares, para evitar que a pele fique superexposta”, enumera. Em casa ou no trabalho, a recomendação da médica é não utilizar aparelhos umidificadores, pois muitos microoorganismos ficam no ar e na água do equipamento, o que permite um ciclo desses vírus. A prática de esportes é aconselhável, desde que nos primeiros horários da manhã ou à noite. É importante tomar cuidado com a desidratação. Crianças e idosos precisam ser mais cautelosos, porque são mais sensíveis à mudança de clima.